Sinto sua presença na ausência, sinto sua ausência na presença, mas ainda que seja dolorido e que a ferida esteja exposta respiro o amor que aparenta com o olhar e a delicadeza de um toque suave.
Sutil são os detalhes e a transparência desse amor. Vejo na renuncia a vontade de estar perto, e junto a vontade de estar liberto, como se o amor fosse uma jaula, pois que na verdade a jaula somos nos mesmos dentro da escuridão do pesadelo.
A certeza que se leva no coração é tão incerta quanto a verdade.
Temo perder aquele que livre está na vida e aposto que ainda que livre esteja, preso está seu coração. Temo acreditar no amor daquele que tanto diz que me esqueceu. Temo a ilusão a qual vivo cotidianamente. Como esquecer um grande amor?
Quando olho para trás percebo a coleção de perdas, perdas que são reparáveis e outras nem tanto... Agora aumento o conjunto. Perdas entre vida e morte, brigas, desgaste e motivos que não se explica e que não dói.
Hoje presto atenção em porque insistir tanto em alguém que tanto me soca sapos pela guela, mas então lembro que só engolimos aquilo que queremos e que há inúmeras formas de digerir. Lembro também que nada do que se permite é feito por acaso, afinal foi consentido e então o amor se enraivece contra mim.
Lamento porque amo, porque minha pele sente falta, meu corpo grita, minha barriga sente frio, meu coração se despedaça, minha alma sente imensamente a falta e eu junção de tudo luto contra tudo, mas não mais para ter de volta o amor dele e sim para me ter pra mim e agarrar com toda força tudo aquilo que desejo, almejo.
É pena isso que vejo, um homem que junto a mim esteve por algum tempo, mas que não consegue se separar e lutando contra o amor fere tanto aquela que diz ser tão especial. A razão nem sempre é certa, nem mesmo a emoção.
Só quero que venha e esqueça tudo, mas que ao chegar não diga que vai embora e que ao acordar possa olhar em meus olhos com doçura.
Há dois dias chove sem parar e com ela meu coração se aquece de saudade, meu corpo esfria de solidão e o sorriso se esvai como a água de escorre pela calçada.
Não queria desistir, mas como diz Chico Buarque “o tempo passou na janela e só Carolina não viu”.
Beatriz Lopez
Um comentário:
huuum Beatriz, triste suas palavras (rs).
Tudo se supera.
Do seu admiridador não tão secreto.
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