sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Para Ele... E para ela

Sinto falta daquilo que é necessário para a sobrevivência. Não se trata de um alimento convencional e sim de alimento da alma.

Desejo ser conquistada, que meus poros se abram pro calor de um amor que preencha a minha alma de alegria, que me leve pras nuvens, que tire meu eixo num toque... Sinto falta daquilo que está em mim mais foi embora.

O vazio que fica dos olhos puxados não me consome mais como naqueles tempos, mas a dor segue profunda em meu peito. Se o desejo vem da falta, o meu desejo não poderia ser maior.

Nessa caminhada, na volta por cima eu me encontro em constante aspiração e amor pela luz do Sol. Sinto-me aquecida e é nele, no sol, que minha alma se perde de amor. É nele que desejo profundamente meus sonhos possíveis e impossíveis, que teorizo as dores da alma e perdôo aquilo que tanto me rói.

O amor que se perdeu... Um grande amor que se perdeu... Com ele vi ir embora as expectativas e então veio a frustração, o medo, o vazio, a saudade, a sensação de derrota.

Hoje tento entender a mim. Sinto em mim o cheiro dos meus vinte anos, sugo as possibilidades de minha alma alegrar-se, sejam nas mãos que pintam cores e flores, na audição que faz dançar os sonhos, ou na saudade que abriga a minha história e esta, que de tão rica ficou marcada na essência do que sou.

Nessa trajetória incerta tenho a convicção que a alegria, assim como a luz do sol, entra pelas frestas das portas fechadas, das janelas trancadas, das cortinas estáticas por falta de vento.

Foi numa dessas frestas que resolvi não lutar contra o amor que sinto e amar quem eu amo, porem me amando primeiro. Foi me amando que resolvi permitir que me amem.

Ainda não abri as portas, mas essas não ficam escancaradas. Hoje olho pela janela e tenho a certeza de que o sol não ofusca as pessoas que sabem olhar para ele.

E por fim, voltando ao inicio, ainda que tenha um Amor não correspondido, tenho a vida que me acena diariamente mostrando os caminhos e as possibilidades. Agora entendo que são inúmeras as coisas deliciosas, como um copo de água num momento de sede. O Ser conquistado é mais um alimento da alma, um doce numa boca aguada.

Hoje eu desejo ser conquistada, que minha alma se aqueça de amor assim como o sol aquece o meu corpo em um dia de frio!

De Beatriz,
para a Vida e para o Sol.

Beatriz Lopez

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