quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Uma homenagem aos psicólogos!


Lá na vila das cores a casinha azul cultivava um jardim lindo, que tinha uma enorme roseira branca, uma arvore de romã e muitas violetas.
A casinha vermelha tinha um jardim menor, mas muito acolhedor, com uma roseira amarela, um monte de cactos e avencas.
As duas sempre tomavam chá juntas. Uma gostava de misturar jasmim com mate e a outra gostava de orégano com laranja. Isso nunca foi um problema para ambas, muito pelo contrário. Cada uma cuidava de sua água, caneca e ervas.
Pois é, houve uma semana que choveu muito, e as flores dos jardins andaram modificando. Algumas muito mais do que as outras.
A casinha azul ficou entristecida; suas violetas não tinham lugar para se esconder da água e suas folhas se queimaram. Depois da chuva veio o sol e super aqueceu as flores da roseira. A casinha vermelha não parou de chorar pelos cactos embriagados de tanta água. Não era tão simples para elas mudarem os vasos de lugar. Isso teria que transformar toda a estrutura do jardim. As únicas que se satisfizeram com tanta molhadeira foram as avencas
que antes não eram tão felizes.
Depois desses dias as duas amigas não paravam de se meter uma no jardim da outra. A azul dizia: "Ta vendo? Suas avencas precisavam de água e você nunca reparou nisso? Eu dava a água certa para as minhas violetas e sempre te avisei que a melhor hora para regar era logo as 5:00 da manhã, mas você insistia que não!" A vermelha não perdoou e disse: "Até parece, você nem tirar sua violetas do lugar tirou, estão todas morrendo agora, e o meu horário é muito melhor que o seu. Dou água as 20:00 quando elas estão cheia de sede."
O tempo foi passando e cada vez mais elas olhavam menos para suas flores e se esqueciam que mesmo depois da chuva, elas iam, em algum momento, precisar adubar a terra, regar as plantas e cuidar de seu jardim.
Com a gritaria, a casa amarela, que era linda, foi olhar o que se passava e disse: "Moças, assim não dá! Estou a dias escutando vocês duas, meu jardim também se molhou e eu tive que cuidar dele, não fui me meter no jardim do outro. No máximo ajudei a casa verde a comprar terra! Será possível? Nem as estrelas dormem mais."
Revoltadas com a amarela elas foram embora e perceberam que não cuidavam mesmo de seus jardins para ficar olhando para o da vizinha.
Demorou muito para que elas pudessem por a casa no lugar, esperar a troca de folhas, a mudança de estação, a cicatrização das feridas. Mas aprenderam a cuidar de suas plantas e perceberam que cada uma tem um modo e uma necessidade, uma luz ideal e um nível de sede. Cuidar do jardim do outro é sempre mais fácil, pois nunca cuidaremos dele de verdade, mas abandonar o seu próprio jardim é deixar a vida de lado!

Beatriz Lopez

Resposta para uma amiga!

Fato! Não devia nem ter começado! É bom que a lamuria e o sofrimento faça você nunca mais colocar essa fumada fétida pra dento dos seus pulmões não mais rosa... A substituição da dor, do vazio pela morte lenta...
Eu? Eu já chorei muito o arrependimento amargo dos meus pulmões negros, pulmões de uma criança com mãos de adulto, irresponsável, que traga a nicotina diariamente, maço por maço...
Descobri que o choro era também de outros arrependimentos, assim como o que você me disse “Se Eu... eu seria...”
Mas levando em conta que o que se fez foi feito e que o que foi feito se faz, então sim, essa é a resposta da sua paranóia! “Se faz, se não, não teria sido feito...”
Acho que um dia vou entender a dor e o sofrimento como uma coisa linda, pois é dela que nascerá uma parte não descoberta do ser, aquilo que se quer mudar, aquilo que se quer e se muda!
O que é um erro e o que é um acerto?
O caminho mais fácil não é o mesmo da felicidade, é você quem traça sua vida, seu destino, sua escolha... A felicidade é uma resultante.
O gato tem sete vidas (será?), nós temos uma, cai e levanta, cai e levanta... Cada machucado se torna um aprendizado.

Beatriz Lopez.