Engraçado reparar que as pessoas por vezes são invisíveis. Em muitos momentos elas estão ali na frente, paradas, acenando, chamando e sendo olhadas, mas não são notadas.
Passei um tempo da minha vida ao lado de alguém que poucas vezes tinha parado para cumprimentar, nenhum motivo especial para isso. Como acaso nos encontramos presentes nos mesmos lugares, com semelhantes responsabilidades e dividindo tarefas. Poderia ter sido transparente, mas era impossível, já havia notado sua existência antes disso.
As coisas não são simples, se fosse a vida seria sempre um filme bobo e fácil. Minha existência nunca foi feita de facilidades, a cada momento me via presa em alguma coisa que tomava meu tempo e minha paciência, hora era um enrosco e hora era outro. Crescer foi a melhor estação de todas. Na verdade a melhor foi crescer sozinha e desenvolver as minhas capacidades. Não que eu seja sozinha, mas em imensos vazios era eu, eu e as decisões.
Hoje tenho certeza que não quero ser uma pessoa que evita enxergar os outros, talvez por isso doa tanto quando alguém não me vê mesmo sabendo que eu existo.
A ausência de comunicação é tão irritante quanto esperar por algo ou alguém que não sabe o que pode dar nem o que quer. Quem sabe o que existe? Eu pelo menos não sei prever, a futurologia deixo para os outros. Na minha vida gosto de acertar o relógio e andar de vagar e quando eu encontro algo muito bom quero correr, correr para não perder tempo, mas o famoso TEMPO é algo que difere muito entre as pessoas. Nem todos temos a sorte de encontrar no outro um ideal.
Pensava por fim em ter apenas a paciência! Mas o quanto isso dura? O que significa? Quem garante que ela existe? Isso depende de cada um.
A fala e a informação são fundamentais, ao menos para mim. Acho que como todas as pessoas eu gostaria de sempre ouvir palavras doces e tranqüilas, mas prefiro saber a verdade, mesmo que ela seja cortante, do que viver com a desinformação ou com a informação embriagada que no dia a dia não são reais.
Beatriz Lopez.