quinta-feira, 25 de junho de 2009

Romã.


No sítio dos meus avôs tinham alguns pés de Romã. Minha avô adorava Romã, ela pedia para que eu fosse buscar.


Nós (eu, meu irmão, meus primos) éramos muito pequenos, mas suficientemente grandes para subir em arvore e comer jabuticaba no pé.

A minha avó sempre foi baixinha e gordinha e o que ela tinha de pequena tinha de bondosa. Sempre fazia doce, mas o vencedor era o manjar branco com calda de ameixa seca.
Esse era o doce do natal. No dia a dia preparava arroz doce com pequenas e finas fatias de casca de limão. Antes de dividir todo o doce em pequenas porções ela buscava pedaços da casca de limão para me dar.

Meu avô, que sempre teve pose de durão não tinha um braço e ainda assim permitia que os netos se pendurassem encima dele. Como disse éramos pequeno, mas grandes para nos pendurarmos no que fosse maior que a gente.

Um dia fui a feira com minha mãe e irmão e lá ganhamos dois pintinhos, um morreu. Dizia meu irmão que o que havia morrido era meu, mas isso não dava para saber por que eles eram iguais.
O pintinho que sobreviveu virou um galo bravo e ranzinza e foi viver lá no sítio dos meus avôs. Depois que ele cresceu perdeu a graça para nós, mas a vida dele ganhou graça lá no galinheiro.

Nunca me esqueci da imagem das arvores de romã enfileiradas uma ao lado da outra e minha avô ao meu lado.

Hoje me Dou conta de como o tempo passa e com ele perdemos lembranças. As que ficam não vão embora jamais.

Não se esquece um sentimento de amor, nem na vida e nem na morte. Se cura, quem sabe, uma dor...

Beatriz Lopez.

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