terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Dona Beatriz.

Dona Flor no papel e desejo na vida real, conviver com diferentes sentimentos e ser tão mulher a ponto de explodir a emoção por querer alguém permitido pelo mundo e proibido por si mesma.

Seria então um conflito de lealdade. Amar é ato que sempre aumenta, mas aqui dentro esse amor duplo seria traição. “sim, me leva para sempre Beatriz” musica que soa tão doce em lembranças...

É suave o desejo que permeia e nasce do novo. Surge espontâneo e mostra o diferente que incomoda e no mesmo instante brota a vontade que chega sem perceber e lá fica.

Não somos dois Homens e nem incapazes de nos desejar. Ao contrário, somos pessoas opostas e que tem o potencial de se aliciar, se já não o é.

Por outro lado convive um antigo e machucado amor, que lentamente se despede e descola. É amor, curado ou não, amor... São dois amores... Dois níveis, dois desejos, duas histórias.

A lembrança se perde em meio ao novo, a lembrança tenta o que passou pedindo mais daquilo que já foi, grita para que se arranque a pele e exponha o desejo infinito ao antigo. Ao mesmo tempo há um conflito de permissão para viver a delicia do novo. Esse que chegou e acha espaço entre os sonhos, que causa calor em hora inapropriada.

Passo a passo vejo em ambos o olhar de censura, não podemos reviver o passado. Não podemos ser desleal e viver o novo. Eu posso viver o novo e desejar esse novo e posso também reviver o meu passado e cobiçá-lo. Posso permitir que ambos entrem devorem tudo o que há em minhas entranhas, abrir minhas vísceras e entregar minha alma ao amor para que penetre profundamente nestes seres, porque é uma das formas mais puras e belas de viver a vida.

Porque então negar a vontade de ambos? Para que ser refém desse conflito de lealdade, essa traição não existe em um ser solitário em busca de um querido e ardente amor, existe na imaginação desse ser.

Quero que me cheire, que me jogue na cama, que me deseje loucamente e que me beije na frente de todas as pessoas do mundo me fazendo suspirar e respirar tão profundamente quanto outros já o fizeram.

Só reviver se ambos tiverem profunda intenção, ambos! Querer se abrir para o novo porque é deliciosa a paixão que nasce cheia de vontades e intenções.

Beatriz Lopez

Um comentário:

Anônimo disse...

Belo e intenso texto!